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    Hospital Adventista lidera ranking brasileiro de transplantes de fígado

    Hospital Adventista lidera ranking brasileiro de transplantes de fígado

    O Hospital Adventista Silvestre tem uma taxa de transplantabilidade de 83%; uma das mais altas no mundo.

     

    Um dos dramas da saúde pública brasileira é a fila de pessoas que aguardam transplante de algum órgão. Essa relação entre quem pode doar e quem precisa receber nem sempre é rápida. Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), entre janeiro e março desse ano, foram transplantados no país 2.053 órgãos, sendo 506 transplantes de fígado (o segundo mais realizado, só perdendo para o transplante de rim). Traçando-se um histórico dos últimos dez anos, o número de transplantes de fígado foi de 15.703 (janeiro de 2007 a março de 2017). De acordo com o RBT, a maior parte dos transplantes, entre janeiro e março desse ano, aconteceu em São Paulo (147), seguido pelo Rio de Janeiro (66).

    Nesse primeiro semestre, o protagonismo desse tipo de transplante foi, no país, do Hospital Adventista Silvestre, responsável por 63 em todo o país. A instituição foi apontada pelo Ministério da Saúde como a que realizou mais transplantes nesse ano no Brasil. A Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) conversou com o médico Eduardo de Souza Martins Fernandes, chefe do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital. Fernandes é coordenador do Programa de Transplante Hepático e professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    O Hospital Adventista Silvestre foi o que mais realizou transplantes de fígado no ano no Brasil? Quais são exatamente os números até agora?

    No ano de 2017, já realizamos 63 transplantes, e o número total desde o início do programa de transplantes (em 2010) do Silvestre são 490 (exclusivamente de adultos), sendo 52 transplantes intervivos [quando o doador está vivo, e doa um pedaço do órgão ao receptor].

    Como a instituição se estruturou para conseguir essa marca importante em um país com tantas dificuldades e filas intermináveis para transplantes?

    Acho que esse foi o nosso desafio. As dificuldades foram muitas, pois foi a primeira vez no estado do Rio de Janeiro que uma instituição privada se propôs a fazer transplantes de órgãos pelo SUS (Sistema Única de Saúde), e isso mexeu com muitos aspectos da saúde pública e da medicina privada. Na verdade, foi uma excelente contribuição à medicina do estado, copiando modelos do sistema norte americano. Foi necessário um complexo credenciamento junto ao Ministério da Saúde. Nossa equipe entrou nesse projeto com muita vontade de fazer um serviço diferenciado no país, e todos os membros da equipe têm uma dedicação quase exclusiva aos transplantes, e isso fez toda diferença quando somado ao apoio da instituição.

    Quais são os principais desafios para aumentar o número de transplantes e qual a sua indicação (para quais tipos de casos)?

    O principal desafio, creio, é lutar para que os pacientes não morram na fila. Esse é nosso lema principal. Nós temos uma taxa de transplantabilidade no Hospital Silvestre de 83%, sendo uma das mais altas no mundo. Isso é maravilhoso! Nossa equipe realiza transplantes de fígado com doador vivo, que é uma modalidade que apenas poucos centros do Brasil realizam, e certamente oferece uma opção a mais para nossos pacientes.

    Como tem sido o pós-operatório dos pacientes transplantados? O Hospital tem acompanhado de alguma forma?

    O pós-operatório é complexo. Nós precisamos de uma UTI de alto nível, de exames sofisticados e de profissionais dedicados. Isso temos conseguido manter graças a um esforço grande da instituição.

    Quais as razões principais para a demora no transplante de fígado, e o que o HAS tem feito para reduzir esse tempo?

    Na verdade, o Silvestre tem um perfil bem diferente de muitos outros centros, pois, como já mencionei, a transplantabilidade é mais alta do que em vários centros europeus e norte-americanos. E por quê? A minha resposta é que nossa equipe não recusa órgão em nenhum lugar desse país e hoje em dia a FAB (Força Aérea Brasileira) tem nos ajudado a captar órgãos nos locais mais remotos. [Equipe ASN, Felipe Lemos]

     

    Fonte: noticias.adventistas.org, 18 de julho de 2017

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